terça-feira, 8 de outubro de 2019

Wagner Muniz fala sobre a juventude em São Pedro da Aldeia.

Wagner Muniz tem 19 anos, é estudante de Direito, colunista, ativista político, palestrante, digital influencer e defensor dos direitos da criança e do adolescente.
Na última vez conversamos com Léo Hezer sobre Cabo Frio, dessa vez falamos sobre outra cidade vizinha, São Pedro da Aldeia. E quem conversou com a gente foi o jovem (mil e uma utilidades) Wagner Muniz.

Como você vê a juventude hoje na região?
É evidente que a Região dos Lagos tem crescido em diversos sentidos, mas, o que me deixa feliz é ao mesmo tempo o que me tira o sono; a nossa juventude. Acredito que estamos no começo de uma nova era, onde de um lado temos jovens super politizados e do outro jovens acomodados. Por mais que tenhamos conquistado um pedaço de espaço, ainda é pouco, precisamos de mais jovens, precisamos de uma juventude ativa e participativa na via pública do país.

O que você acha que é preciso para o jovem não ficar dependendo de emprego somente na alta temporada?
Ser visionário, buscar capacitar-se e criar o seu próprio negócio. Com as novas tecnologias de informação contribuindo cada vez mais para uma nova roupagem de mercado e suas novas profissões, o jovem precisa se aproveitar disso e ter visão, utilizar todas as ferramentas disponíveis ao seu favor, por exemplo, monetizar com o que sabe fazer de melhor, dar aulas, cortar cabelo, fazer maquiagem, trabalhar com vendas (de doces é um ótimo exemplo). A juventude passa grande parte do seu tempo na web, e com isso, de tanto ficarmos ditando regras, padrões, manter conteúdo e nos tornar formadores de opinião, surgiu a profissão do século, o digital influencer, ou influenciador digital, onde é possível, "vender" sua imagem para empresas e lucrar com isso, tudo através de seu marketing, a sua visão, planejamento e estratégia de mercado. É preciso que o jovem saiba como empreender e fazer o seu próprio dinheiro, ele precisa de oportunidade para ao menos aprender e quando terminar o ensino médio, já ter direção do que fazer ou em que investir.

Na sua visão, como está a juventude em relação à política?
Prefiro enxergar que tem sido crescente e dizer que a Região dos Lagos tem acordado conforme vão puxando a nossa coberta e nos deixando com frio, os jovens têm se posicionado politicamente, e de fato, querendo ter cada vez mais direitos à cidade, o nosso Estado do Rio tem colaborado (direta e indiretamente) para isto, assim como o Governo Federal, colocando em pauta discussões importantíssimas para o futuro do país, divergendo opiniões, de qualquer forma, isso gera um impacto na juventude e acaba "forçando-a" a partipação, para aquisição de direitos ou pela "resistência" -- como dizem. Hoje é mais comum ouvirmos falar de organizações juvenis, movimentos sociais e estudantis, que são da nossa Região e outras que atuam aqui e têm expressão política, como: UMEAB, AERJ, FENET, FUG-RJ, MMRL, MNU LAGOS e outros.
Há um equívoco quando ouvimos dizerem que, o jovem não quer participar das discussões e debates públicos que deliberam sobre sua vida. Na verdade, o que acontece é que majoritariamente eles não têm espaços para expor as suas ideias, pensamentos e conclusões.

O que é preciso para mudar?
É óbvio que a mudança inicial parte de cada um de nós, e que a nossa mente é a nossa maior barreira (ou horizonte) precisamos de políticas públicas, capacitação profissional, programas culturais e políticas de incentivo que possam estimular nossos jovens a sonhar, lutar e concretizar seus objetivos, e mais, precisamos despertar a consciência e o senso crítico na juventude da Região dos Lagos, pois só assim, iremos ser a mudança na qual esperamos, assumir o nosso papel na sociedade é ter voz ativa, ocupar espaços de poder, conscientizar, é conhecer nossos direitos e cumprir deveres. 


A juventude organizada é palavra chave para a mudança do contexto social, pois a partir do mundo que nos unirmos, assim conseguiremos ir mais longe, sozinhos até conseguiremos, mas não tão longe quanto unidos. É preciso acreditar que somos fatores essências à construção social e política de nosso país, neste caso, da nossa Região dos Lagos.

Por: Fernando Bertozzi