Estudantes do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) foram alvo de ódio e discriminação em Arraial do Cabo RJ.
Aconteceu hoje (28/11), os estudantes do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) foram abordados por um grupo religioso extremista que distribuiu panfletos na frente do Campus, situado em Arraial do Cabo.
O panfleto foi desenvolvido pela “Geração Jesus Cristo”, grupo organizado no Templo Pós-Prisão. Nele é encontrado cinco passagens bíblicas e uma conclusão ao final do panfleto: ”HOMOSSEXUALISMO É POSSESSÃO DEMONÍACA!”.
No momento que alguns estudantes perceberam a opressão presente no panfleto, tentaram resolver a situação numa conversa pacífica, porém não adiantou. Então, recorreram à alguns professores e os estudantes pediram para o grupo entregar seus panfletos em outro lugar, o pedido foi em vão. Logo depois, um professor pediu para mudarem de local e foi ignorado. Como resposta, um participante do grupo começou a filmar a reação dos estudantes, em sua maioria menores de idade, sem pedir autorização.
Dois deles, começaram a filmar os adolescentes que estavam insatisfeitos com a presença deles no local.
A comunidade LGBT presente no campus, se sentiu bastante ofendida e reuniram-se e alertaram os estudantes para não pegarem o panfleto, enfatizando a frase desnecessária.
Depois desse mal entendido e confusão, os estudantes juntamente com um professor resolveram prestar registro de ocorrência na 132° Delegacia de Arraial do Cabo. Todavia o atendimento foi grosseiro, indelicado e ofensivo com os estudantes menores de idade. A tentativa de um registro de ocorrência não foi eficaz pois os oficiais falaram que não poderiam fazer nada, deixando os estudantes a mercê de uma forma de manifestação extremista e ofensiva com a continuidade da entrega dos panfletos em frente a escola.
Alguns alunos resolveram falar: "Nós da escola queríamos descobrir onde era essa igreja, não para um conflito direto, mas para que a escola possa notificar que isso não está certo..."
"Eu sou do grêmio da escola e meu cargo é de diretor de combate as opressões e gay, e fiquei revoltado com a situação. Tentei conversar pacificamente e falei que aquilo incita mais ainda o bullying nas escolas, porém não foi adiantado de nada, fui ignorado e ainda responderam que iriam distribuir em outras escolas de Arraial."
"Tivemos alunos que chegaram até chorar por conta situação, não houve nenhuma ofensa direta à uma determinada pessoa, porem ao grupo LGBT sim."
Théo Silveira, presidente do grupo Arraial Free que defende os direitos da população LGBT de Arraial do Cabo, está acompanhando o caso junto com a ONG.
Por: Fernando Bertozzi