Produtores buscam apoio para realização do filme que contará a história do árbitro Cabelada.
Cafajeste, emotivo, bem-humorado, 171, fanfarrão… Luiz Carlos Gonçalves, o "Cabelada", foi um dos árbitros mais populares e polêmicos da história do futebol brasileiro. Atuou nos anos 80 e 90, cunhou o bordão “Todo juiz é ladrão, Cabelada não!” e agora terá sua história contada em filme.
O documentário contará, com muito bom-humor, "causos" da época de apitador e da vida boêmia, com imagens de acervo de TV, notícias de jornal, áudios de rádio, fotos antigas e imagens dos lugares que Cabelada frequenta, além de entrevistas com:
- Ex-jogadores
- Dirigentes de clubes cariocas
- Personalidades do samba
- Jornalistas esportivos
- Amigos e familiares
Cabelada tinha um visual marcante: cabeleira avantajada, bigode grosso e barriga saliente. O apelido "Cabelada" caiu na boca do povo. Era conhecido pelo estilo de vida considerado extravagante pelos colegas de apito e profissionais da imprensa. Amante da boemia, não era raro vê-lo tomando umas e outras antes e depois de jogos importantes.
Porém todo o carisma ficava fora das quatro linhas: dentro de campo Cabelada irritava dirigentes e torcedores. Era acusado de favorecer os times grandes, especialmente o Flamengo. Engraçado e fanfarrão, Cabelada, ao ser perguntado sobre o tema, admite que em lances de dúvida, olhava para a arquibancada em busca do lado mais cheio e decidia. O objetivo era deixar o povo feliz, diz.
Apesar das acusações, Cabelada é vascaíno roxo e nunca escondeu. Alguns custaram a acreditar, como o cartola Eurico Miranda, que uma vez esbravejou: "Que vascaíno é esse que só f@#$ a gente?".

Desde que aposentou o apito, Cabelada leva a vida entre as praias de Búzios, onde vive há 20 anos, e os bares de Vila Isabel. É respeitado em todas as rodas de samba que chega. Não dispensa uma cervejinha gelada e um charuto cubano.
Se como árbitro estampou as páginas dos jornais de maior circulação do Rio de Janeiro, em Búzios tornou-se personagem das páginas e das capas do irreverente e anárquico “O Perú Molhado”. Nesse, aliás, foi repórter esportivo, comentarista e modelo. Cobriu pelo Perú Copas do Mundo e Olimpíadas – algumas de verdade, já outras, digamos, nem tanto.

As histórias do futebol são contadas e recontadas à exaustão, mas geralmente giram em torno de jogadores, técnicos e clubes. Os árbitros são relegados ao ódio ou ao esquecimento.
Em "Todo juiz é ladrão, Cabelada não!" vamos contar as histórias de uma figura folclórica e de uma época em que os personagens do futebol eram bem menos comportados que os de hoje.

O financiamento coletivo funciona assim: cada um contribui com o quanto puder aqui mesmo no Catarse. Dependendo do valor da contribuição você terá direito a uma ou mais recompensas.
CLIQUE AQUI E CONTRIBUA: catarse.me/cabeladanao
Por: Fernando Bertozzi