Wagner Muniz, de 23 anos, passou no processo de seleção de Cooperação Internacional (intercâmbio) na Universidade da Califórnia, no projeto Global Classroom, promovido e organizado pelos professores Denis Halis (UNESA/RJ) e Hiroshi Fukurai (UCSC).
Com o apoio e treinamento da Universidade da Califórnia, os professores Halis e Hiroshi criaram e liderem o projeto Global Classroom, onde objetivam a intersecção entre suas disciplinas no Brasil e Estados Unidos e querem a colaboração entre os estudantes de brasileiros e estadunidense. Essa colaboração deverá ter resultados concretos, tais como artigos de co-autoria a serem posteriormente publicados, vídeos com apresentação de ideias, análises, pesquisas, ou entrevistas sobre temas discutidos (que poderão ser publicizados no YouTube e outros canais). Outros produtos e formas de colaboração podem ser pensados e sugeridos.
Além do Mestrado, Muniz também está cursando outras duas especializações em Ciências Criminais e Direito Internacional. O jovem estudante possui um currículo extenso tanto na área de idiomas quanto em cooperações internacionais, Wagner é um grande referencial para a juventude e também um profissional de nome dentro e fora do Direito educacional brasileiro, atuante em diversas ações públicas e voluntárias em prol da efetivação de Direitos e Garantias Fundamentais de crianças, adolescentes e jovens, o mobilizador social de 23 anos é considerado um dos jovens mais influentes e promissores do Estado do Rio de Janeiro/RJ.
Apaixonado pelo universo das Ciências Criminais, Wagner Muniz é um grande exemplo para a sociedade juvenil, política e ativista. A construção de sua narrativa sempre teve por objetivo o desenvolvimento e pensamento crítico dos jovens, é o que prega o então mestrando nas suas redes socias e canais oficiais. Muniz nos contou um pouco acerca de suas referências que o impulsionou dentro do Direito, “Minha família é quilombola e sempre me apoiaram, o pouco que sei sobre a nossa cultura e busca pelos direitos me potencializou a estudar mais e, claro, ingressar no Direito. Para que, além de ter voz, possibilitar uma geração ter pensamento crítico, ser empoderados e jamais calar-se mediante qualquer tipo de discriminação, preconceito ou supressão de direitos e violações. Minha área de pesquisa e atuação é o Direito Criminal, ladeado ao Direito Constitucional, pois, sei que por meio deles posso ter uma atuação mais efetiva frente ao Judiciário, lidando diretamente com o sistema de persecução penal”, disse.
O curso de pós-graduação do Prof. Hiroshi na Califórnia chama-se “Race, Crime and Justice”, um título amplo, a primeira aula/debate aconteceu nesta sexta (07), feriado no Brasil, no nosso horário de 13h às 16h. Wagner participou e debateu justiça criminal e Direitos Humanos no Brasil e no plano internacional. Já o curso do professor Denis Halis atual na UNESA/RJ e no doutorado neste semestre, chama-se International Law and Global Justice – Political Dissent and Corporate Responsibilities in Asia and Beyond, acontece telepresencial no Brasil.
O professor Hiroshi Fukurai fundou e desenvolve uma abordagem teórica chamada ONAIL (Original Nation Approaches to International Law). Trata-se de uma teoria contemporânea que nos faz refletir e, que já foi materializada em um livro, artigos e apresentações. A sua ênfase recai em conceitos e análises que substituem pontos de vista tradicionais e usuais sobre o Estado, Nações e Empresas, adotando perspectivas que valorizam a história e os interesses de grupos originários que existem desde antes da formação dos Estados. Por outro lado, o professor brasileiro Denis Halis desenvolve uma abordagem e estudos sobre o que vem chamando de “Teoria do Dissenso”, com aplicações à várias áreas do direito, em especial à Teoria do Direito, Direito Constitucional, Direitos Humanos e até Direito Societário ou Empresarial (especificamente na parte de Responsabilidade Social Empresarial). Todo semestre o professor Halis leciona disciplinas relacionadas a isso, ou no mestrado ou no doutorado.
“A Universidade da Califórnia, em Santa Cruz é uma instituição de excelência, muito voltada para questões ambientais e sociais e fica numa localização e cidade de beleza privilegiadas. Fazer contato com alunos e professores de lá e possivelmente criar pontes com essa realidade é algo a ser obtido nessa cooperação. Os produtos alcançados também podem ter grande valor para os nossos currículos e podem servir para nossas dissertações ou teses de várias formas”, disse Wagner.
Os participantes no Global Classroom poderão assistir a algumas aulas online com o Prof. Hiroshi e com o professor Denis e terão a chance de conhecer e discutir essas teses que tanto quanto na arena internacional. Os alunos também deverão marcar reuniões online, via Zoom por exemplo, com os participantes de lá para conhecerem os trabalhos e as realidades uns dos outros e decidirem o que realizar em conjunto. Essa é a primeira vez que a cooperação está sendo realizada e, portanto, surgirão muitas dúvidas e as decisões serão construídas coletivamente. O projeto exige: compromisso, uma certa disponibilidade, conhecimentos de inglês (quanto mais melhor), autonomia, iniciativa, comunicação mútua, leitura de textos em inglês e esforço para produzir os resultados que os alunos se propuserem a alcançar.
Durante a entrevista com Wagner, o mestrando em momento algum descartou a possibilidade de passar uma temporada na Califórnia (Estados Unidos) estudando e pesquisando sobre a sua dissertação de Mestrado, no qual aborda o crime de Stalking (Perseguição), tipificado no Brasil no ano de 2021. Por sinal, este tema também foi sua monografia no Curso de Direito e o levou a palestrar na Universidade de Coimbra, em Portugal, seu primeiro Congresso Internacional de Direitos Humanos.